Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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AUDIOVISUAL E EDUCAÇÃO - REDES LATINO AMERICANAS: CONEXÃO
BRASIL/URUGUAI
AUDIOVISUAL Y EDUCACIÓN - REDES LATINOAMERICANAS: CONEXIÓN
BRASIL/URUGUAY
AUDIOVISUAL AND EDUCATION - LATIN AMERICAN NETWORKS:
BRAZIL/URUGUAY CONNECTION
Solange Straube Stecz
1
Universidade Estadual do Paraná-Brasil
labcineducacao@gmail.com
Gladys Marquisio Cilintano
2
Programa Cineduca-Uruguay
gladysmarquisio@gmail.com
Resumo
Este artigo trata de como a escola se relaciona com as novas narrativas, em especial o
audiovisual, tendo como referência dois programas, realizados no Brasil e no Uruguai,
Cineduca, Programa de formação audiovisual do Conselho de Formação e Educação da
Administração Nacional de Educação Pública do Uruguai e o Laboratório de Cinema e
Educação da Universidade Estadual do Paraná/Brasil. Tais projetos buscam instaurar um
espaço colaborativo, capacitando professores para a linguagem do audiovisual e para o mundo
digital e para uma abertura a novos processos de aprender e ensinar permeados pela
experimentação. Buscam proporcionar aos alunos e futuros professores o lugar de
protagonismo que lhes permita ressignificar seus projetos e mundos, na perspectiva do ato de
criação como uma semente da anarquia, como propõe Alain Bergala. Entendendo a escola
como lugar do encontro, da experimentação e de novas possibilidades de aprender e (se)
transformar. Projetos, como os que vamos descrever neste artigo, buscam o caráter
pedagógico, o olhar estético, artístico e criativo, que ultrapassa a mera contemplação do
audiovisual, por ser fundado na alteridade. Buscam o movimento de ir ao encontro do outro
para pensar a própria experiência, além da representação de si.
1
Solange StraubeStecz- Doutora em Educação/UFSCAR. Coordenadora e docente do programa de Pós
Graduação em Artes, professora do Curso de Cinema e Audiovisual. Membro do Comitê Brasil, Programa
Memória do Mundo da UNESCO. Integra o GT Artes, educação e cidadania do CLACSO - Conselho Latino-
Americano de Ciências Sociais.
2
María Gladys MarquisioCilintano - Mestranda em Gestão e Planejamento Educativo Universidade ORT/
Uruguai, Coordenadora da Unidade Acadêmica de Pedagogia Audiovisual/CINEDUCA, Programa de formação
audiovisual para docentes do Conselho de Formação em Educação (CFE). Especializada em Gestão Cultural
(UdelaR) e em Educação, Imagens e Meios em Cultura Digital (FLACSO, Argentina).
Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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Palavras chave: Educação, Audiovisual, Redes, América Latina.
Resumen
Este artículo trata de como la escuela se relaciona con las nuevas narrativas, especialmente la
audiovisual, tomando como referencia dos programas realizados en Brasil y Uruguay: Cineduca,
Programa de Formación Audiovisual del Consejo de Formación y Educación de la
Administración Nacional de Educación Pública de Uruguay y el Laboratorio de Cine y Educación
de laUniversidad Estatal de Paraná/Brasil. Estos proyectos pretenden establecer un espacio de
colaboración, formando a los profesores para el lenguaje audiovisual y para el mundo digital y
para una apertura a nuevos procesos de aprendizaje y enseñanza impregnados de experimentación.
Buscan establecer un espacio de colaboración, formando a los profesores para el lenguaje
audiovisual, para el mundo digital y para una apertura a nuevos procesos de aprendizaje y
enseñanza impregnados de experimentación. Buscan proporcionar a los estudiantes y futuros
profesores un lugar de protagonismo que les permita resignificar sus proyectos y mundos, en la
perspectiva del acto de creación como semilla de anarquía, tal y como propone Alain Bergala.
Entender la escuela como un lugar de encuentro, experimentación y nuevas posibilidades de
aprendizaje y (auto) transformación. Proyectos como los que describiremos en este artículo,
buscan el carácter pedagógico, la mirada estética, artística y creativa, que va más allá de la mera
contemplación del audiovisual, ya que se fundamenta en la alteridad. Buscan el movimiento de ir
hacia el otro para pensar en la propia experiencia, más allá de la representación del yo.
Palabras clave: educación, audiovisual, redes, América latina.
Abstract
This article shows how the school relates to new narratives, especially the audiovisual, having
as reference two programs, carried out in Brazil and Uruguay, Cineduca, Audiovisual training
program of the Education and Training Council of the National Public Education
Administration of Uruguay and the Cinema and Education Laboratory of the State University
of Paraná/Brazil. These projects seek to establish a collaborative space, training teachers for
the audiovisual language and the digital world and for an opening to new processes of
learning and teaching permeated by experimentation. They seek to provide students and
future teachers with a place of protagonism that allows them to give new meaning to their
projects and worlds, from the perspective of the act of creation as a seed of anarchy, as
proposed by Alain Bergala. Understanding the school as a place of meeting, experimentation
and new possibilities for learning and (be) transforming. Projects, such as the ones we will
describe in this article, seek a pedagogical character, an aesthetic, artistic and creative look,
which goes beyond the mere contemplation of the audiovisual, as it is founded on otherness.
They seek the movement of meeting the other to think about their own experience, in addition
to representing themselves.
Keywords: Education; Audiovisual; Latin America.
Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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BRASIL/URUGUAI
Cada vez mais temos a sensação de que temos de aprender de
novo a pensar e a escrever, ainda que para isso tenhamos de nos
separar da segurança dos saberes, dos métodos e das linguagens
que já possuímos e que nos possuem.
Larrosa 2017:11
A rapidez com que a sociedade contemporânea se transforma e as novas formas de relações
que se estabelecem têm reflexos diretos na escola, que obrigatoriamente precisa incorporar
novas escritas, novos métodos e narrativas. Neste cenário está a cultura midiática e
consequentemente o audiovisual. Enquanto a formação do professor ainda se prende a
métodos tradicionais, crianças e jovens chegam à escola com uma demanda pela
experimentação, pelo uso de novas tecnologias e do audiovisual.
A escola do culo XXI faz parte de uma sociedade do controle social e da vigilância, uma
mescla das reflexões de Foucault , com o pensamento de Deleuze (2003) e de Han (2018).
Para Foucault a sociedade disciplinar busca estender os efeitos do poder social ao máximo de
intensidade e
“estendidos tão longe quanto possível, sem fracasso, nem lacuna;
ligar enfim esse crescimento “econômico” do poder e o rendimento
dos aparelhos no interior dos quais se exerce (sejam os aparelhos
pedagógicos, militares, industriais, médicos), em suma fazer crescer
ao mesmo tempo a docilidade e a utilidade de todos os elementos do
sistema”.
Foucault, 1897:241
Ao revisitar a teoria de Foucault, Deleuze traz o conceito da sociedade do controle e da
generalização social através da qual uma maior abertura é necessária para o controle Para
ele: As sociedades disciplinares são aquilo que estamos deixando para trás, o que não
somos. Estamos entrando nas sociedades de controles, que funcionam não mais por
confinamento, mas por controle contínuo e comunicação instantânea (Deleuze, 2003:220 a
224). Tema retomado por Han para delinear seu conceito de sociedade da transparência na
qual o controle se dá pelo que chama de panóptico digital, que registra, arquiva e vende cada
particularidade do indivíduo.
A conexão digital facilita a aquisição de informação de tal modo que a
confiança, como práxis social, perde cada vez mais significado. Ela dá
lugar ao controle. Assim, a sociedade da transparência tem uma
proximidade estrutural à sociedade de vigilância. Onde se pode
adquirir muito rápido e facilmente informações, o sistema social muda
Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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da confiança para o controle e para a transparência. Ele segue a
lógica da eficiência.
Han, 2008:69
Neste contexto está a escola. Obsoleta no dizer de Castells (2014) e que mantém formas de
transmissão de valores dominantes e de poder, que não têm relação direta com a
aprendizagem. Para ele, as escolas continuam baseando sua pedagogia na transmissão de
informação e não na reflexão sobre o que está disponível online e de acesso à todos os
estudantes. Em entrevista à plataforma Fronteiras do Pensamento
(https://www.fronteiras.com) cita estudo da revista Science, que à época de sua entrevista
(2014) constatou que 97% da informação do planeta está digitalizada, da qual 80% está na
internet.
“El aprendizaje en la mayoría de las escuelas y universidades es
totalmente obsoleto porque insisten en producir una pedagogía
basada en transmisión de información. No necesitamos la transmisión
de información, porque toda la información está en Internet"
Castells, 2014 - Entrevista
3
Feito esse preâmbulo discutiremos neste artigo como a escola se relaciona com as novas
narrativas, em especial o audiovisual, tendo como referência dois programas, realizados no
Brasil e no Uruguai, o Laboratório de Cinema e Educação da Universidade Estadual do
Paraná/Brasil e o Cineduca,Programa de formação audiovisual do Conselho de Formação e,
Educação da Administração Nacional de Educação Pública do Uruguai. Tais projetos buscam
instaurar um espaço colaborativo, capacitando professores para a linguagem do audiovisual e
para o mundo digital e para uma abertura a novos processos de aprender e ensinar permeados
pela experimentação. Aos alunos buscam proporcionar o lugar de protagonismo que lhes
permita ressignificar seus projetos e mundos, na perspectiva do ato de criação como uma
semente da anarquia (Bergala, 2018), entendendo a escola como lugar do encontro, da
experimentação para alunos e professores e de novas possibilidades de aprender e (se)
transformar. Projetos, como os que vamos descrever neste artigo, buscam o caráter
pedagógico, o olhar estético, artístico e criativo, que ultrapassa a mera contemplação do
audiovisual, por ser fundado na alteridade. Busca o movimento de ir ao encontro do outro
para pensar a própria experiência, além da representação de si.
Formação de redes latino-americanas
A presença do audiovisual na escola não é algo novo na América Latina, como também a
formação de redes latino americanas de educação, como a Rede UNIAL em Cuba e a Rede
3
“A aprendizagem na maior parte das escolas e universidades é totalmente obsoleta, porque insistem em produzir
uma pedagogia baseada na transmissão de informação. Não precisamos de transmissão de informação, porque a
informação está toda na internet." Tradução das autoras. Entrevista à Fronteiras do Pensamento -
https://www.fronteiras.com/videos/escola-e-internet-o-mundo-da-aprendizagem-dos-jovens
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KINO no Brasil. Através destas redes foram se estabelecendo elos entre iniciativas em
cinema-educação no continente. Um dos exemplos desses elos é o que conectou o Programa
Cineduca do Uruguai
4
com o Laboratório de Cinema e Educação da Universidade Estadual do
Paraná
5
através de troca de experiências e metodologias e da participação conjunta em um
projeto, que também envolve a Universidade Federal Fluminense, denominado “Educação
Audiovisual em Formação de Docentes: Uma Área de Inovação Educacional”, através do
programa de cooperação técnica da ABC (Agência Brasileira de Cooperação) ligada ao
Ministério das Relações Exteriores do Brasil e a AUCI (Agência Uruguaya de Cooperación
Internacional) do Governo do Uruguai, coordenado pela professoras Cecília Etcheverry
(Cineduca Uruguai), Elianne Ivo Barroso(UFF/Brasil) e Solange Stecz (Unespar/Brasil).
a relação do cinema/ audiovisual
6
com a educação no Brasil praticamente começou com a
história do cinema estando a conexão educativa implícita desde as primeiras exibições
cinematográficas. No caso brasileiro encontramos referências ao caráter educativo de filmes
exibidos pela empresa Serrados em 1910 "para alunos de escolas, a pedido de um professor da
Escola Normal”. (ARAÚJO, 1981:28) ou nos textos de Jonathas Serrano (1930) e Joaquim
Canuto Mendes de Almeida (1931) que discutiam a necessidade de integrar o cinema a
projetos de educação.
Em 2016, com o esforço e pressão de educadores de todo o país, o governo brasileiro
promulgou a Lei 13006/14, que prevê a exibição de ao menos duas horas de cinema nacional
por mês nas escolas da rede pública do país. Entendida como um importante instrumento para
a inclusão formal do cinema na escola, os Ministérios da Cultura e da Educação criaram um
grupo de especialistas para tratar da regulamentação da Lei. O Grupo de Trabalho
denominado Cinema nas Escolas, era composto por com representantes, titulares e suplentes
do Ministério da Cultura, do Ministério da Educação e da Sociedade Civil. Um documento foi
entregue ao Conselho Nacional de Educação, pouco antes das mudanças políticas no país e a
lei nunca foi implementada.
7
A articulação de professores e pesquisadores da educação
através da Rede Kino foi fundamental para a aprovação da lei.
4
CINEDUCA é um programa de treinamento audiovisual do Conselho de Treinamento em Educação
(Administração Nacional de Educação Pública, Uruguai) destinado a estudantes e professores de ensino e
carreiras docentes em todo o país. Seus objetivos são treinar a linguagem audiovisual, desenvolver ferramentas e
sensibilidades para compreender e se expressar com esta linguagem e gerar oportunidades para o
desenvolvimento da cultura audiovisual dos sujeitos nas comunidades educacionais.
5
O Laboratório de Cinema e Educação LabEducine desenvolve projetos de extensão e de pesquisa vinculados
ao Curso de Graduação em Cinema e Audiovisual e ao Programa de Mestrado Profissional em Artes da
Universidade Estadual do Paraná Campus de Curitiba II/FAP. Realiza formação para o audiovisual de
professores da rede estadual de educação do Estado do Paraná.
6
Neste texto denominamos audiovisual tanto as produções produzidas em vídeo/digital como em película
entendendo a produção cinematográfica como audiovisual em seu lato sensu.
7
Em 5 de junho de 2015, o Ministério da Cultura instituiu através da Portaria 42, um Grupo de Trabalho com
objetivo de subsidiar a regulamentação da Lei 13006/14, que prevê a exibição de ao menos duas horas de cinema
nacional por mês nas escolas da rede pública do país. A Resolução referente à Lei 13006/14 é fundamental para
que um importante componente da produção cultural o cinema seja efetivamente incluído na formação
integral dos sujeitos e possa transitar por diferentes disciplinas, atividades, comemorações, com projeções
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A Rede KINO, criada em 2009, é voltada à formação de uma rede interpessoal e
interinstitucional, visa ampliar o debate e estabelecer relações e parcerias para consolidação
de práticas que tratam da importância do cinema e do audiovisual no campo da educação e da
cultura nas sociedades contemporâneas. A ideia da rede materializou-se em 8 de agosto de
2009, quando um grupo de professores, pesquisadores, produtores, estudantes e representantes
de organizações do âmbito do cinema e do audiovisual se reuniu na Faculdade de Educação
da UFMG, em Belo Horizonte, e criou a Rede Kino Rede Latino-Americana de Educação,
Cinema e Audiovisual. Realiza encontros periódico sendo o principal deles o que se realiza
anualmente na Mostra de Cinema de Ouro Preto - CineOP. Aquele é um fórum fundamental
para o compartilhamento de saberes, divulgação de novos processos e métodos de trabalho e a
interlocução crescente da educação com o cinema e o audiovisual.
A Rede UNIAL foi criada a partir do interesse de um grupo de jovens liderados por Pablo
Ramos do Departamento de Pesquisa do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica
(ICAIC) de Cuba que no ano de 1986 convocou os convidados do 8º Festival Internacional do
Novo Cinema Latino Americano, em Havana, Cuba. Pesquisadores e cineastas do Brasil,
Argentina, Bolívia, Cuba e Peru a participaram da reunião e discutiram a ausência de filmes
nacionais voltados para a infância e adolescência, a indiferenças das autoridades e a ausência
de diálogo entre os meios de comunicação, a família e a escola, bem como o impacto do
cinema e televisão sobre crianças e adolescentes. Em 1991 cria-se a Red El Universo
Audiovisual del Niño Latinoamericano, Red UNIAL (O universo audiovisual da infância
latinoamericana Rede UNIAL), concebida como a junção de esforços de pessoas e
instituições com o objetivo de desenvolver projetos de educação audiovisual cujos
fundamentos fossem o respeito à criatividade, à liberdade, à expressividade da criança e do
jovem e sua identificação com seus valores. A partir das reflexões produzidas em cada
encontro, os trabalhos da Rede com universidades e organizações internacionais se tornam
referência na promoção de políticas audiovisuais e de processos de comunicação participativa
e comunitária, incentivando e divulgando as ações protagônicas de crianças e jovens na
América Latina e Caribe. (Ramos e Torres, 2009).
No livro “El audiovisual y La Niñez”, Ramos destacava a importância do protagonismo das
crianças e adolescentes e de seu lugar de sujeitos de direitos e de entes atuantes.
“Asumir, en plenitud, la convicción de que ninõs y niñas tienen
derecho a tener derechos, tal y como establece La Convencíon de lós
Derechos Del Niño, nos debe hacer replantear nuestros seguros
hábitos y rutinas, nuestras prácticas consolidadas en el quehacer
comunicativo y educativo. El paso de objetos a sujetos de derechos,
esto es, de individuos receptivos a entes actuantes introduce junto al
para y el por, él con, él desde..., los niños y niñas. En su artículo 12, la
Convención propugna el derecho de todo niño y niña a la libertad de
expresiõn, lo que implica La liberdade de buscar, recibir y difundir
informaciones e ideas de todo tipo, sin consideración de fronteras, ya
durante o "tempo escolar". O do documento produzido pelo GT Cinema nas Escolas, pode
ser acessado em
Contribuições para o projeto de Resolução da Lei 13.006/2014.
Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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sea oralmente, por escrito o impresas, en forma artística o por
cualquier otro medio elegido”.
Ramos e Torres, 2009: 14
8
A Rede UNIAL mantém vínculos de cooperação com instituições acadêmicas, centros de
pesquisa, entidades internacionais, organismos estatais ou governamentais, produtoras de
cinema e de televisão e organizações não governamentais da Europa, América Latina e Caribe
e América do Norte, assim como com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e Cultura (UNESCO), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) entre
outros. Através destes nculos foram estabelecidos projetos e ampliadas as discussões sobre
o protagonismo de crianças e adolescentes em relação às comunicações e ao audiovisual.
Experiências locais - Brasil/Uruguai
A presença do audiovisual na escola reforça a importância da invenção, da abertura para um
olhar sensível tocado pela magia das imagens traz o lugar da experimentação onde professores
e alunos trocam saberes e onde a possibilidade de fruição permite o lugar da arte como
encontro. Uma arte que não se ensina, mas se encontra, como diria Bergala(2008). É nessa
perspectiva que trabalham muitos projetos de cinema e educação no Brasil. Como exemplo
citamos o pioneiro Cineduc Cinema e Educação,fundado em 1970, por Marialva Monteiro
uma das primeiras entidades no país voltada à formação de plateia crítica e de produção com
crianças e adolescentes que em seus 50 anos, dedica-se a capacitação de professores para o
uso do audiovisual,
9
o CINEAD/LECAV Laboratório de Educação, Cinema e Audiovisual da
Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro coordenado pela
professora Adriana Fresquet que desenvolve atividades de pesquisa, ensino e extensão em
ações colaborativas entre a Universidade e escolas públicas de Educação Básica municipais,
estaduais e federais, Cinemateca do MAM Museu de Arte Moderna, e hospitais. no Rio de
Janeiro.
10
A participação na escola de alunos e professores de cinema permite uma troca potente,
trazendo o conhecimento da linguagem audiovisual, como instrumento para ampliar a visão e
a compreensão do mundo em uma sociedade cada vez mais mergulhada no universo
audiovisual e nas novas tecnologias de informação. É um novo contexto onde a escola
necessita de mudanças e estratégias para que crianças e jovens entendam sua importância não
apenas como o espaço para conseguirem um diploma, mas como lugar de reflexão para além
8
“Assumir plenamente a convicção de que meninos e meninas têm direito a ter direitos, como estabelecido pela
Convenção sobre os Direitos da Criança, nos deve levar a repensar nossos hábitos e rotinas, nossas práticas
consolidadas no fazer comunicativo e educativo. A passagem de objetos a sujeito de direitos, de indivíduos
receptivos a seres atuantes altera o conceito de para ele ou ela para o conceito de a partir dos meninos e meninas.
Em seu artigo 12 a Convenção declara o direito de todo menino ou menina a liberdade de expressão, o que
implica na liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideias de todo tipo, sem fronteiras, seja por
meios orais, escritos ou impressos, de forma artística ou por qualquer outro meio que escolher” (Tradução das
autoras).
9
https://www.cineduc.org.br/
10
https://cinead.org/
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das informações disponíveis nas redes. Estas estratégias deveriam partir da formação dos
professores para o uso do audiovisual através da estruturação de novas formas pedagógicas
para trabalhar com uma linguagem presente na vida dos jovens desde seu nascimento. As
novas tecnologias de informação e o audiovisual, na escola, podem permitir trocas de
conhecimento e de experiências culturais profundas e potentes, mas para isso é preciso um
olhar renovado para o uso do audiovisual em qualquer área do conhecimento. Pois como
afirma Morin (2000) em Os sete saberes necessários à educação do futuro. “o conhecimento
nunca é um reflexo ou espelho da realidade. O conhecimento é sempre uma tradução, seguida
de uma reconstrução.”
Ao desenvolver projetos para formação continuada de professores da rede de educação básica,
o Laboratório de Cinema e Educação parte da premissa de que o audiovisual pode contribuir
para uma construção mais global de significados, se entendido como arte e como discurso.
Seus projetos de pesquisa e de extensão buscam a construção de metodologias para o uso do
audiovisual na escola em uma troca que envolve a prática educativa progressista, baseada em
Paulo Freire e que pressupõe disponibilidade para o diálogo e escuta atenta. Seus trabalhos
partem da perspectiva do processo, da conectividade dialógica entre referências teóricas que
subsidiam a prática extensionista e a pesquisa em um encontro com a arte. Muito mais uma
aproximação do que uma aprendizagem, pois ao trabalhar com a audiovisual parte da
premissa de Bergala (2008) de que se pode obrigar alguém a aprender, mas não se pode
obrigá-lo a ser tocado. Desta forma assume o conceito pedagogia da criação, termo proposto
por Bergala (2008), para quem a fruição cinematográfica deve estar acompanhada do ato de
criação. Entre os trabalhos mais recentes destaca-se o projeto de web série “Meu mundo
minhas histórias”
11
onde o protagonismo juvenil e o documentário foram os elementos
principais. Por protagonismo juvenil entende-se a atuação de adolescentes e jovens, através de
uma participação construtiva. O termo, enquanto modalidade de ação educativa, trata da
criação de espaços e condições que possibilitem aos jovens o envolvimento em atividades
direcionadas à solução de problemas reais, atuando como fonte de iniciativa, liberdade e
compromisso. Seu ponto central é a participação ativa e construtiva do jovem na vida da escola, da
comunidade e na sociedade.
o uso das técnicas do documentário tornou o processo muito próximo da vida real e do
conhecimento empírico dos jovens participantes, possibilitando novos tipos de
relacionamento, uma maior compreensão acerca do trabalho em equipe e de um novo olhar
sobre seus sonhos e as histórias de sua comunidade. A produção de uma web série, como
fenômeno comunicacional, relativamente recente, permitiu a produção de relatos que
amplificaram as vozes de segmentos sociais, em geral excluídos pela produção cultural de
massa. O protagonismo na produção nos provou que:
Produtores e espectadores passam a ter um funcionamento
diferenciado, uma vez que o receptor considerado por muito tempo
como passivo passou a intervir e a reivindicar uma maior
participação e interação como destaca Henry Jenkins (2009: 32)
11
http://labeducine.org/meu-mundo-minhas-historias/
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51
que a circulação do conteúdo na Web, hoje, depende fortemente de
uma participação ativa.
Cajazeira e Souza, 2015: 32
Meu Mundo, Minha Janela
12
No início da pandemia (2020) o LabEducine desenvolveu uma ação denominada “MEU
MUNDO MINHA JANELA” em parceria com o Centro Juvenil de Artes Plásticas (CJAP),
13
órgão da Secretaria de Estado da Cultura e Werner Produções. A proposta dava
continuidade ao projeto “Meu mundo,minhas histórias” considerando a situação da pandemia
de Covid 19. Inicialmente destinado a alunos de escolas da Rede Estadual e Municipal de
Educação e de cursos livres de audiovisual, em função do fechamento das escolas e das
dificuldades dos professores na realização de atividades extracurriculares foi redirecionado
para os/as alunos/as do curso de audiovisual do Cjap, sob coordenação da professora Adriana
Carla Dalazen Cichocki.
A iniciativa visava compartilhar cenas do cotidiano por meio de vídeos caseiros, feitos com o
celular durante o distanciamento social, imposto pela pandemia do novo coronavírus.
Os vídeos retratam, sob óticas de crianças e adolescentes, os efeitos de um mundo pandêmico.
Todos os alunos foram convidados a compor suas narrativas que poderiam ser, por exemplo:
entrevista com alguém de casa, ponto de vista da janela do quarto, momentos no quintal,
durante refeições, tocando instrumento musical, ajudando nas tarefas da casa, estudando,
realizando alguma atividade artística, participando de algum jogo ou brincadeira, vendo TV,
escrevendo no diário ou o que mais a sua imaginação permitisse. Após o recebimento dos
vídeos, eles foram organizados e agrupados compondo uma narrativa coletiva, como um
mosaico de percepções deste momento do isolamento. Durante os meses de maio e junho de
2020 foram produzidos seis vídeos com duração média de cinco minutos cada, divididos por
temas
14
.
Olhares em movimento; Interferência cotidiana; Entre pensamentos e olhares; Tem que ser
divertido; Passeando pela casa e Meu lugar favorito.
Realizado a partir de cursos livres de audiovisual, os vídeos permitem vislumbrar percepções
de crianças e adolescentes sobre seu cotidiano durante a pandemia, afetado pelo afastamento
da escola e dos colegas, pelo isolamento social e muitas vezes pelo impacto financeiro sobre
suas famílias.
Como referencial metodológico partiu-se dos processos de experimentação, onde os jovens
são autores ou coautores de seus trabalhos, definidos a partir de parâmetros estabelecidos:
12
https://www.youtube.com/playlist?list=PLEmIq1U3CNJMo6aifK8KyWYn1wI8mKQU3
13
http://www.cjap.pr.gov.br/
14
http://labeducine.org/meu-mundo-minha-janela/
Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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Gravar na horizontal câmera parada ou em movimento (plano sequência); narração em off
e trilha sonora (com licença livre); Tempo: de até 3 minutos; o vídeo não poderia ter filtros
ou efeitos de edição; compor narrativas realistas ou abstratas; entrevista com alguém de casa,
ponto de vista da janela do quarto, momentos no quintal, durante refeições, tocando
instrumento musical, ajudando nas tarefas da casa, estudando, realizando alguma atividade
artística, participando de algum jogo ou brincadeira, vendo TV, escrevendo no diário,
compilado de imagens abstratas, entre outros. Explorar cores, formas, texturas.
Os vídeos foram enviados por Whatsapp com as informações: Nome Completo; Oficina que
participa / Período; idade; End. Rede social: Facebook/Instagram. Sendo no máximo três
vídeos por aluno. Foram editados e disponíbiiados nos canais de comunicação do Centro
Juvenil de Artes Plásticas, no Canal do LabEducine no Youtube e enviados a festivais de
Cinema Educação. Com prazo de realização entre maio e agosto de 2020.
Figura 1. Divulgação
Figura 2. Divulgação
Figura 3. Divulgação
Figura 4. Divulgação
Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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Sobre o processo coletivo de criação no mundo digital tomamos como referência Pierre Lévy
para quem estas ações criam o que chama de inteligência coletiva, uma descoberta ou
invenção para além da escrita, com o uso de tecnologias de comunicação e de informação.
Segundo ele inteligência coletiva é “[...] uma inteligência distribuída por toda parte,
incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização
efetiva das competências”. (Levy, 2007:17).O que confirma o processo de alunos e
professores em rede, trabalhando colaborativamente e refletindo sobre seu lugar na “nova”
ordem da pandemia. As referências para construção da narrativa audiovisual foram abertas,
como indicam os critérios estabelecidos pelo projeto, um contar histórias em imagens e sons
como fruição e reflexão sobre a pandemia que ainda estava se iniciando.
Cineduca/Uruguai
15
CINEDUCA é um programa de formação audiovisual do Conselho de Formação em
Educação (Administração Nacional de Educação Pública, Uruguai) destinado a estudantes e
professores em cursos de formação de professores em todo o país. Seus objetivos são a
formação em linguagem audiovisual, desenvolver ferramentas e sensibilidades para
compreender e se expressar com esta linguagem e gerar oportunidades para o
desenvolvimento da cultura audiovisual dos sujeitos nas comunidades educacionais. Cineduca
promove a linguagem audiovisual o apenas como ferramenta didática ou recurso, mas
também como um discurso. Procura contribuir com os professores desde sua formação básica,
com uma abordagem que promova o trabalho em projetos de produção audiovisual para
estudantes e professores.
O Programa está estruturado como uma Unidade Acadêmica de Pedagogia Audiovisual com
base em uma equipe central de coordenação e coordenadores audiovisuais em cada centro de
formação de professores, que desenvolvem atividades de formação, pesquisa e extensão em
cultura audiovisual, promovendo a implementação de projetos que incentivem a criação
audiovisual através do cinema. A formação educacional no Uruguai está em uma virada
político-pedagógica: em seu caminho para se tornar uma universidade, o Conselho de
Formação Educacional da Administração Pública Nacional de Educação (doravante CFE e
ANEP) promove áreas de pesquisa e extensão para lançar as bases de uma mudança genuína
nas redes institucionais. Compromete-se em produzir e reconfigurar esses domínios: é uma
unidade acadêmica de pedagogia que trabalha com e em processos de mídia social a fim de
explorá-la como uma área de inovação, longe de favorecer o pânico da mídia. A incorporação
da linguagem audiovisual como objeto de estudo no campo da educação é uma questão chave
na agenda educacional: promover a incorporação sistemática e apropriada na sala de aula de
experiências de análise e produção audiovisual é fundamental na formação acadêmica de
professores devido a suas implicações didáticas e pedagógicas, mas também como uma porta
de entrada para a cultura audiovisual que explora alternativas não convencionais de mídia.
15
http://cineduca.cfe.edu.uy/
Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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Desenvolver as capacidades expressivas nesta linguagem que permitem reduzir a distância
entre o instrumento a ser utilizado e as transformações perceptivas que provocam é uma
responsabilidade da escola. Este desafio pedagógico implica tanto o desenvolvimento de
habilidades cognitivas e psicomotoras para interagir com a televisão, o cinema e as (não mais)
novas mídias, como também a expansão do olhar e a capacidade de integração racional, visual
e auditiva que permitem aos sujeitos construir significados de forma cada vez mais
abrangente, inteligente e autônoma. Ver e fazer com a linguagem audiovisual é uma
oportunidade de desenvolver competências culturais e comunicativas essenciais para os
sujeitos. O compromisso de ser educadores de alfabetização audiovisual é um compromisso
com a inovação pedagógica.
A missão do Cineduca é provocar a inclusão da linguagem audiovisual como objeto de estudo
na formação educacional em três níveis: conhecimento técnico-audiovisual, conhecimento
pedagógico audiovisual e conhecimento disciplinar da formação artístico-audiovisual. O
programa é baseado em um modelo técnico-discursivo com práticas que visualizam a
linguagem audiovisual como um discurso em si mesmo. Refletir sobre as concepções dos
meios audiovisuais nas práticas educacionais, como e com que finalidade esses recursos estão
sendo utilizados nas práticas concretas dos professores é fundamental para transformar essas
práticas. Cineduca contribui com os professores desde sua formação básica, promovendo
alternativas às formas tradicionais de enquadramento do audiovisual, com uma abordagem
que não descarta o técnico, mas promove o trabalho em torno de projetos audiovisuais de
criação com linguagem, concebendo assim o ensino audiovisual como um elemento
formativo, enquanto o professor é um enunciador de discursos, entre os quais o audiovisual é
primordial.
Cineduca está em funcionamento desde 2009. Numa primeira etapa, foi criado no âmbito da
área de formação de professores da então Diretoria de Formação e Desenvolvimento de
Professores (DFPD), gerenciado e concebido como um projeto de investimento com o
objetivo de criar uma unidade de formação e produção como uma área de trabalho que
projetasse um plano de obtenção de um produto audiovisual (vídeo digital) e sua inserção
social (exibição), com a participação de estudantes e professores de formação docente. No
início, a ideia era formar uma equipe de profissionais das áreas de educação e comunicação
audiovisual para auxiliar a gestão institucional dos centros sob a administração da DFPD na
produção de audiovisuais educativos, como indicado nos documentos de trabalho iniciais do
projeto: "No marco do cumprimento dos Objetivos Estratégicos da ANEP em relação ao
fortalecimento e renovação da Formação e Aperfeiçoamento de Professores que aumenta sua
autonomia, o objetivo é formar uma equipe de profissionais das áreas de educação e
comunicação audiovisual, para auxiliar a gestão institucional dos centro, na elaboração de
audiovisuais educativos”. Optou-se por fortalecer a área da criação audiovisual como
prioridade, tendo como abordagem a linguagem audiovisual como conteúdo educacional para
futuros professores. Em 2010, foi decidido dar continuidade ao projeto e incentivar o trabalho
em equipes de análise, produção e criação, ampliando a cobertura do mesmo para atingir
também os estudantes de cursos de magistério professores, conforme estabelecido pelo
sistema nacional integrado de Treinamento Educacional, plano 2008. Em 2011, o programa
foi inserido dentro da área de Coordenação de Projetos, Tecnologia e Treinamento de
Professores do CFE. E finalmente, em 2019, foi constituída como uma Unidade Acadêmica
Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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de Pedagogia Audiovisual. Esta dinâmica do projeto (nascido como uma necessidade técnica
e executado como uma necessidade de treinamento) deve ser entendida em virtude do
contexto no qual está inserida no nível educacional. Experiências pedagógicas como a
presença do tema Linguagem, Comunicação e Mídia Audiovisual (Bacharelado em Arte e
Expressão no Ensino Médio), a inclusão de conteúdos sobre cinema e sua linguagem no
currículo do ensino fundamental, a promoção e intervenção do Plano Ceibal
16
e o
desenvolvimento das Tecnologias Digitais nas comunidades educacionais demonstraram o
interesse de vários atores na relação entre a educação e a mídia e a linguagem audiovisual, e
são também respostas a posições mais conservadoras e protecionistas (ou de registro) que
precederam a relação entre a escola e a gramática técnico-audiovisual.
Por outro lado, a lei do cinema, 18.284, de 2008, prioridade à promoção da educação
cinematográfica na educação formal, e junto com o "Compromisso com a Promoção e
Treinamento da Educação Audiovisual de Qualidade para Crianças e Jovens" assinado em 6
de agosto de 2010, promovido pelo Instituto de Cinema e Audiovisual do Uruguai, reconhece
o importante papel desempenhado pela mídia e o compromisso de garantir que as crianças
tenham acesso a informações e materiais de qualidade. Entre os objetivos do compromisso
estão a criação de espaços de experimentação e treinamento para alcançar conteúdo de
qualidade e continuidade ao longo do tempo, e para fortalecer e ampliar o debate público
sobre cinema, audiovisual, infância e adolescência no Uruguai. Entre as organizações
signatárias está a ANEP: Cineduca está atualmente desenvolvendo espaços de experimentação
na formação inicial de professores, para fortalecer o capital audiovisual dos educadores, como
uma forma de cumprir este compromisso. Pretende que os estudantes de educação incorporem
reflexivamente esta linguagem através da promoção de experiências formativas na recepção e
produção de mensagens audiovisuais. A abordagem pedagógica visa produzir discursos
focalizados não apenas na didática, mas também discursos expressivos que englobam temas e
experiências que vão além da escola. O processo de produção audiovisual é assim entendido
como o enunciado de um discurso pelo qual o professor deve assumir a responsabilidade
como mediador cultural. A ampliação do quadro de referências culturais que estes processos
criativos geram em cada um dos alunos é outra das alternativas que são promovidas, através
da elaboração de discursos audiovisuais e do acompanhamento de todo o processo de
produção: da ideia à filmagem e edição, incluindo a elaboração do roteiro. O universo da
mídia é uma representação e interpretação da realidade, e na medida em que os estudantes,
futuros treinadores, vejam este princípio por si mesmo, como produtores destas mensagens,
eles não somente serão capazes de decodificar e utilizar reflexivamente estes mecanismos do
ponto de vista didático, mas também serão capazes de desenvolver linhas de pesquisa
educacional alimentadas por este mesmo universo.
Esta forma não tradicional de trabalho, que incentiva a criação, expressão e pesquisa ao
mesmo tempo, é uma forma de entrar numa carreira docente de um ponto de vista inovador e
16
O Plano Ceibal é um projeto socioeducativo do Uruguai. Foi criado em 2007 a fim de realizar estudos,
avaliações e ações necessárias para fornecer um computador portátil a cada criança em idade escolar e a cada
professor da escola pública, bem como para treinar professores no uso de tal ferramenta, e para promover o
desenvolvimento de propostas educacionais.A sigla Ceibal significa "Conectividad Educativa de Informática
Básica para el Aprendizaje en Línea
".
Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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inclusivo, o que favorece o trabalho em equipe e enriquece o horizonte de expectativas dos
futuros professores.
Durante 2020, Cineduca promoveu instâncias de treinamento e experimentação com a criação
audiovisual no âmbito da Pandemia. Uma delas era a #plano quarentena.
Plano Quarentena: uma coleção de cenas de ensino e aprendizagem audiovisual
Durante 2020, Cineduca realizou a experiência do "Plano Quarentena", que consistiu em um
concurso audiovisual dirigido a pessoas maiores de 16 anos no Uruguai, cujos objetivos eram:
tornar visíveis situações de ensino e aprendizagem no contexto da quarentena devido à
pandemia de Covid19 através da linguagem audiovisual; oferecer um espaço de participação
cidadã para a representação do papel dos professores no contexto da situação pandêmica e
sistematizar experiências de meta-reflexão a partir das linhas de trabalho da Unidade
Acadêmica de Pedagogia Audovisual/CINEDUCA.
A circulação do vírus COVID-19 e as estratégias planetárias para prevenir sua propagação
levaram a experiências de ensino e aprendizagem que desafiam professores, estudantes,
famílias e a comunidade. Compartilhar uma experiência de vida relacionada a uma situação
de ensino ou aprendizagem durante a quarentena foi proposto através de uma peça audiovisual
usando o dispositivo "Minuto Lumiere". Criar, gravar ou representar em vídeo e compartilhar
uma situação educacional vivida em quarentena em um minuto.
Figura 5. Cartaz promocional para divulgação do #planoquarentena Criação: Cecília Cirillo
A coleção de cenas de ensino e aprendizagem através de peças audiovisuais sobre situações
educacionais resultou em uma amostra de formatos alternativos, problemáticos e irreverentes,
com novas pedagogias (também "antigas") que eram realizadas em espaços domésticos
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durante a quarentena. O audiovisual como uma forma de testemunhar estratégias e uma
maneira de expressar as emoções e sensações vividas durante quarentena. O resultado da
competição resultou em 14 filmagens (para 14 dias de quarentena) que formaram uma
montagem de cenas de ensino e aprendizagem. O júri foi composto por um cineasta, um
produtor e programador de cinema, uma representante da área de Educação e Direitos
Humanos e uma docente do Cineduca.
A abordagem em intercâmbios virtuais e presenciais sobre "Los planos de la cuarentena" foi
interdisciplinar visando repensar a profissão de ensinar a partir da pedagogia audiovisual. Em
dezembro de 2020 foram pré-selecionados no Festival de Documentários AtlantiDOC.
17
. Na
Feira de Curtas-Metragens do Cineduca 2021 (realizada em 14 de maio de 2021), os 14
curtas-metragens foram exibidos e discutidos com professores e alunos. Esta circulação de
cenas deu lugar a uma reflexão a partir da perspectiva da pedagogia audiovisual, que deu
conta de vários aspectos da "pedagogia da emergência" (Dussel, 2020):
"O que nos permite repensar a pandemia um novo impulso para
parar de considerar o digital como conteúdo ou formato opcional e
entender, finalmente, que ele é uma parte central de nossas condições
de existência e que cruza as formas de produzir e transmitir
conhecimento nesta era.
(Sadin, 2017 Dussel e Trujillo, 2018:21)
A partir das experiências apresentadas podemos afirmar que a necessidade de inclusão do
trabalho com e sobre a mídia digital na formação de professores foi, de certa forma,
reafirmado durante a quarentena. Neste sentido, Cineduca que trabalha com a formação inicial
de professores, a partir da experiência do plano de quarentena, está incorporando uma nova
agenda que inclui a mídia audiovisual como parte dos ambientes sócio-técnico-expressivos da
sala de aula.
Maratona Audiovisual
Figura 6. Logo e slogan do projeto
17
http://www.atlantidoc.com/Festival Internacional de Cinema Documentário do Uruguai.
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Durante a pandemia como parte do Acordo de Cooperação Brasil-Uruguai firmado entre o
Consejo de Formación en Educación de la Administración Nacional de Educación Pública do
Uruguai e a Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Estadual do Paraná
(Unespar) foi realizada uma maratona audiovisual com 42 integrantes dos dois países, sendo
na parte brasileira Niterói e Curitiba. Esta maratona audiovisual foi concebida para ser
realizada presencialmente na fronteira entre Brasil e Uruguai com a participação das três
instituições parceiras. Por causa da pandemia da Covid-19, a ação foi adaptada para acontecer
remotamente entre os dias 19 e 23 de abril de 2021.
18
Os participantes foram orientados
através de uma cartilha que definia os processos de produção aos representantes das três
instituições de maneira que a Maratona Audiovisual realmente integrasse os dois paises,
entendendo que:
Em um momento tão grave pelo qual todos passamos, o cinema e o
audiovisual despontam como um modelo de vida em que a colaboração
e a solidariedade são a chave para a boa realização. A força do
coletivo e a pressão do tempo para a produção vão demonstrar que as
barreiras da língua, as diferenças culturais e as adversidades da
comunicação online serão facilmente transponíveis quando se trata da
expressão audiovisual. Desejamos que seja uma experiência rica e
proveitosa, que abra novos horizontes, que os faça refletir sobre o
papel do audiovisual e que ela seja apenas o início de novas amizades
e parcerias de trabalho.[...[em “um momento tão grave pelo qual
todos passamos, o cinema e audiovisual despontam como um modelo
de vida em que a colaboração.
Etcheverry et. al, 2021:4
Divididos em seis equipes, os participantes definiram seus projetos a partir da escolha de um
dispositivo do Projeto Inventar com a Diferença (UFF), que foi base para as produções
durante as diversas etapas do Projeto de Cooperação.
Foi escolhido o dispositivo HISTÓRIA DOS OBJETOS válido para todos os grupos para
produção de um filme de no máximo 5 minutos. Os participantes tiveram acesso aos Cadernos
do Inventar
19
para se familiarizarem com conceitos e metodologia da proposta.
O dispositivo escolhido visa valorizar a memória e a história oral, através de relatos de
pessoas, uso de material de arquivo que refletisse sobre tradições e hábitos nos dois países a
partir das relações afetivas da pessoa com algum objeto.
Os participantes se comunicavam entre si por plataformas online (whatsapp e meet) e por e-
mail. As gravações foram definidas na primeira reunião das equipes, com uso de celular. O
18
A organização do projeto construiu uma cartilha bilíngue com o detalhamento do trabalho, em formato
online, a qual foi compartilhada com os participantes.
19
http://www.inventarcomadiferenca.com.br/
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resultado pode ser visto no canal da Maratona e na cerimônia de encerramento, disponível
online.
20
Figura 7. Imagem da tela do Youtube Apresentação dos vídeos das equipes
O processo em rede e colaborativo confirma a necessidade de professores treinados e
disponíveis para o uso das novas tecnologias de informação. Também a necessidade de se
reinventar a escola e os métodos de ensino. Em tempos de mudanças velozes o professor deve
assumir um papel de constante aprendiz, estabelecer laços de parceria com seus alunos
buscando o saber como instrumento de igualdade. Se coloca como o mestre ignorante de
Ranciére (2007) que não conduz o estudante na busca de seu próprio caminho. Transmitindo
seus conhecimentos acumulados, mas reconhecendo a inteligência do outro em uma relação
de igualdade, apostando em sua emancipação. Também confirma como a criação audiovisual
na formação de professores é uma área de oportunidade para desenvolver a cidadania cultural,
um direito que deve ser garantido a todas as crianças e adolescentes. A experimentação com
audiovisuais a partir de uma metodologia "aprender fazendo" torna possível processos de
reflexão sobre a cultura local e global (glocal). Por outro lado, a polifonia das equipes na
Maratona não era uma barreira à criação: pelo contrário, reforçava a estética e a ética dos
produtos.
A geração de conhecimentos a partir de redes de trabalho bem sucedidas, num espaço de
tempo determinado pela emergência pandémica (que a princípio parecia limitativa), baseada
no trabalho colaborativo, intergeracional, internacional, interdisciplinar, intercultural e inter
20
https://www.youtube.com/channel/UC6I_e0kCMfARlIU5GcddDMA
https://youtu.be/IFYOSpVVPGg
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epistémico, é uma experiência que deve ser aprofundada a fim de continuar a gerar práticas
reflexivas e críticas que formem cidadãos cada vez mais livres e emancipados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A entrada da cultura audiovisual de forma criativa através do cinema/audiovisual (nos
exemplos do Laboratório de Cinema e Educação e do Programa Cineduca) gera a
possibilidade iminente da construção de contra-narrativas escolares através de novos meios de
comunicação. Contra-narrativas geradas em pandemia, durante uma pedagogia de/para
emergências que constitui uma área de oportunidade para pensar em outra possível escola.
Também é possível identificar nas experiências relatadas que a própria especificidade da
linguagem audiovisual é aprimorada e desafiada em ambientes sócio-técnicos
(videoconferência, streaming, plataformas digitais) que incentivam o trabalho colaborativo à
distância, mas sobretudo dão um novo significado ao audiovisual como um meio que constrói
vozes e narrativas.
Em sinergia, estas narrativas e contra-narrativas são produzidas ao mesmo tempo em que os
professores são treinados através de sua própria experiência audiovisual. Este "aprender
fazendo" coloca professores e alunos (mais os cineastas e artistas envolvidos) em de
igualdade diante da criação. Estas experiências de ensino e aprendizagem são inter
epistêmicas e mobilizam os atores envolvidos ao mesmo tempo em que os desafiam em suas
práticas.
Estas formas de trabalho constituem uma janela para uma maior exploração. A especificidade
da produção ou criação audiovisual permite que as diferentes camadas da tarefa escolar se
materializem em um trabalho de comunicação, de organização e planejamento, um trabalho
criativo, artesanal e produtivo, de gestão de visões compartilhadas. Como incluí-la na cultura
escolar? A própria gramática escolar é audiovisual: a cultura escolar contribuiu para a
formação das disciplinas visuais modernas e não é um aparelho "marginal", mas um aparelho
ativo na formação da cultura visual das disciplinas. Apostar em intervir na dimensão escolar
de forma integral para gerar "outra Escola" é uma opção: são gerados discursos que falam não
só da escola, mas dão voz para falar do ensino e da aprendizagem além dela.
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Solange Straube Stecz e María Gladys Marquisio Cilintano
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Solange Straube Stecz
Doutora em Educação/UFSCAR. Coordenadora e docente do programa de Pós Graduação em
Artes, professora do Curso de Cinema e Audiovisual. Membro do Comitê Brasil, Programa
Memória do Mundo da UNESCO. Integra o GT Artes, educação e cidadania do CLACSO -
Conselho Latino- Americano de Ciências Sociais.
María Gladys Marquisio Cilintano
Mestranda em Gestão e Planejamento Educativo Universidade ORT/ Uruguai, Coordenadora
da Unidade Acadêmica de Pedagogia Audiovisual/CINEDUCA, Programa de formação
audiovisual para docentes do Conselho de Formação em Educação (CFE). Especializada em
Gestão Cultural (UdelaR) e em Educação, Imagens e Meios em Cultura Digital (FLACSO,
Argentina).